quarta-feira, 9 de novembro de 2011

As causas dos distúrbios comportamentais estão apenas no animal?

Quando há um problema comportamental em um animal de companhia muitas vezes relaciona-se o mesmo apenas ao animal: ele é agressivo, está carente, não é social com crianças ou outros animais, é “estressado”, e uma série de outros motivos. Entretanto, essa visão de que apenas fatores relacionados aos animais são a causa dos problemas comportamentais não é correta! Por quê? O comportamento é tudo que um animal faz: comer, urinar, latir, dormir, brincar, agredir, etc. Ele é pré-determinado por características genéticas da espécie, da raça e do indivíduo. Todavia, são as interações do animal com o ambiente em que vive e com os outros indivíduos, sejam eles humanos ou animais, associadas às experiências vividas, que formam o comportamento do animal em determinado momento ou situação. Outro aspecto importante a ser analisado é o conhecimento das condições físicas, fisiológicas e mentais do animal, pois parte das alterações comportamentais podem estar relacionadas a alterações clínicas. São vários os estados patológicos que podem levar a alterações no comportamento, um exemplo clássico é a dor! Sendo assim, ao avaliar o comportamento de um animal, deve-se conhecer todos os fatores envolvidos. Não se deve analisar apenas o animal, mas tudo o que o rodeia, e necessariamente as interações com os indivíduos com os quais ele convive e com o seu ambiente. Na correção desses distúrbios deve ficar claro que são poucas as situações que têm causas apenas no animal, reforçando que o comportamento é definido por múltiplas interações as quais devem ser avaliadas de forma ampla e holística para definir como abordar adequadamente cada caso. Isso deve ser feito por profissionais especializados, e muitas vezes através da atuação de uma equipe formada por médico veterinário, comportamentalista, adestrador e, necessariamente, com a participação dos diversos elementos que convivem com o animal, sejam humanos ou animais. Assim sendo, o comportamento de um animal não deve ser analisado apenas por observações pontuais. Ao manejar distúrbios comportamentais se deverá observar criteriosamente o animal e as suas diversas interações com o ambiente e outros indivíduos. A avaliação do animal deverá ser por um período prolongado para se realizar a uma boa anamnese, formar um diagnóstico adequado e, finalmente, preconizar um tratamento clínico e/ou uma orientação de correção comportamental através de manejo que se adapte ao animal, ao seu ambiente e aos seres que com ele convivem. M. V. Leonardo Nápoli www.psicologiaanimal.com.br leonardonapoli@psicologiaanimal.com.br

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