segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Dar férias aos cães em vez de abandoná-los


"Há pessoas que, pelo amor e respeito que nutrem pelos seus amigos de quatro patas, vão de férias mas deixam os seus animais aos cuidados de um hotel para cães, o Le Petz, no Loreto. Há abandono de animais, mas há também bons exemplos que devem ser apontados. E seguidos...

O abandono dos animais domésticos é uma triste realidade, para a qual a população deve ser alertada e sensibilizada. Contudo, há também que reconhecer as pessoas que nutrem um enorme amor e respeito por cães e gatos e que, inclusivamente acabam por dedicar a sua vida a estes. É o caso de Graça Pereira da Rosa que, com o seu marido Fernando, abriu há três anos o primeiro hotel para cães e gatos da Madeira, situado no Loreto, Calheta. Cansada da sua profissão, e com vontade de fazer alguma coisa que a deixasse mais feliz, surgiu a ideia de se dedicar a tempo inteiro aos animais domésticos. Assim, teve a ideia de abrir o espaço, denominado Le Petz.

Ali, recebe e cuida principalmente de cães. Na visita que o JM fez ao hotel, na sua companhia, e em que as 26 jaulas estavam todas ocupadas, Graça Pereira apresentou-nos pelo respectivo nome a todos os cães que tinha ao seu cuidado, enquanto os donos gozam das suas férias. Carinhosos, procuravam por uma “festinha” da responsável e da visitante. Em jaulas com o dobro do tamanho do exigido por lei, e com espaços de recreio também de grandes dimensões, os animais gozavam ali umas férias na companhia uns dos outros.

«Os maiores canis têm nove metros quadrados e os menores têm 7,40 metros. Aquilo que é pedido por lei, e para os cães de porte gigante, que são poucos, é um canil com 4,3 metros. Portanto, nós estamos muito acima o que também nos permite conservar famílias caninas juntas. Ou seja, dois cães da mesma casa conseguem ficar juntos. Se ficassem separados entristeciam», reconhece. Os ninhos, ou casas, são também de dimensão superior, bem como as cinco zonas de recreio, usadas duas vezes por dia pelos animais, na companhia de humanos.

Graça Pereira da Rosa diz que um dos aspectos mais gratificantes do seu trabalho é, por um lado, a retribuição com carinhos dos cães e gatos, mas também o contacto com pessoas que gostam de animais e que os tratam bem. «Uma das alegrias do meu trabalho é conviver com as pessoas que cuidam bem dos seus animais. As pessoas que gostam dos animais são geralmente boas pessoas», sublinhou.

Ali, no Le Petz, os animais podem ficar hospedados com a segurança deixada aos donos de que serão bem tratados. Nota-se essa atenção desde o primeiro momento, em que os clientes de quatro patas têm de ter as vacinas em dia, incluindo a vacina da tosse de canil, explicou a proprietária. Actualmente a cuidar de 30 cães e de dois gatos, Graça Pereira da Rosa recordou que uma das razões que a levou a «dar um tiro no escuro» e apostar naquela unidade hoteleira foi porque, em conversas com amigos e conhecidos, estes queixavam-se «da prisão» que era ter cães, por causa das férias. «Tinha até amigos que queriam ter animais mas que sentiam que seria uma prisão, nas férias, em caso de doença e até por motivos de doença ou de viagens de trabalho».

E pela procura, que conta não não só com clientes madeirenses, como estrangeiros, nomeadamente ingleses, alemães, russos, brasileiros, um japonês, holandeses, por exemplo, a aposta revelou-se de sucesso. No Verão, tem sempre as jaulas de hospedagem cheias. Mas, a taxa de ocupação é igualmente alta nos 15 dias de Natal e na Páscoa. O Carnaval já é um momento festivo que motiva mais procura pelos donos dos animais, o que acontece também com os chamados fins-de-semana grandes.

No que se refere a preços, Graça Pereira da Rosa explicou que há quatro níveis de acordo com o tamanho dos cães. O mais baixo é de dez euros por noite se usarem a ração do Le Petz ou 9,50 se os donos fornecerem a ração. O preço mais alto é para cães gigantes, de 14,5 euros com ração por conta da hospedagem e 13,75 euros com os clientes a levarem os alimentos. «Temos preços especiais para estadas prolongadas, atingindo as duas semanas, três semanas ou mensalidades. Fazemos um desconto pelo segundo e terceiro cão de uma família com mais de um animal».

No respeitante a gatos, são 7,5 euros por noite com a nossa razão ou 7 euros com ração própria. A nível de grupo e de estadia, também se aplicam os mesmos descontos.
Esterilização em massa para evitar tantos animais

Graça Pereira da Rosa considera que o abandono de animais é «uma situação vergonhosa para o nosso país». Entende que os animais «são cidadãos do país mas sem sem direito a voto» e lamenta que não se pense seriamente nos problemas dos cães e gatos. «Ninguém pensa neles, o que as pessoas dizem é que já há gente com tantos problemas porque vamos pensar nos animais? Mas as pessoas têm problemas sem ter culpa deles mas muitas vezes são culpadas e os animais nunca têm culpa. É preciso ajudá-los», sustentou. Uma grande ajuda ao problema seria a esterilização em massa, defendendo que que o Governo deveria dar atenção a essa possibilidade e não apenas as associações que promovem a adopção e que procedem a esterilização dos animais ao seu cuidado.

«Uma cadela não esterilizada tem seis a oito filhotes de seis em seis meses. Desses, as fêmeas acabam por ter filhotes. É uma progressão matemática infinita. É preciso esterilizar, nem que seja para depois os deixar onde estão, para não haver mais filhotes». A proprietária do Le Petz, que chega a ser surpreendida com ninhadas abandonadas nas portas do hotel, defende que o controlo de natalidade é essencial.
Jaulas de hospedagem sempre cheias no Verão

A Sociedade Protectora dos Animais Domésticos tem as jaulas destinadas à hospedagem cheias no Verão, e sempre em circulação desde Junho. Há até listas de espera em caso de desistências. De acordo com Nuno Margarido, da direcção da SPAD, os períodos de férias e os festivos, como o Natal, a Páscoa ou outros que propiciem dias de descanso prolongado e fora da região, levam a que muitas famílias procurem a SPAD para deixarem os seus animais em segurança. Ao longo do ano, as jaulas não enchem, mas há alguma procura. Com seis jaulas para cães e seis para gatos, a Sociedade conta actualmente com 12 animais por semana, com uns a sair e outros a entrar.

«O animal é visto pelo veterinário quando entra, tem de ter as vacinas e a desparasitação em dia. A pessoa vai com a garantia de que vai de férias descansada e que o seu animal está a ser bem cuidado e alimentado à nossa guarda», assegurou Nuno Margarido. A tempo médio de hospedagem é de uma semana a 15 dias. «Se for muito tempo, o animal sente falta do dono», comentou. No entender do responsável, quem tem e gosta dos seus animais tenta mantê-los em segurança e com os devidos cuidados quando sai de férias. Se não for através da SPAD, os donos tentam arranjar um vizinho ou familiar que cuide.

Quanto aos preços, o serviço de hospedagem custa cinco euros/dia para gatos e 6,5 euros/dia para os cães, com direito a ração, referiu ainda.
Sensibilização e adopção online

Com o fenómeno do abandono de cães a ganhar contornos alarmantes no país, há que reconhecer o trabalho voluntário de pessoas que estimam os amigos de quatro patas. Para além dos trabalhos desenvolvidos pelas associações, destaca-se o recurso às redes sociais para passar a mensagem de que estes seres vivos merecem respeito e consideração. Dando voz aos abandonados, refira-se, por exemplo que, no Facebook, existem pessoas, grupos e páginas de apelo à adopção, que mostram fotografias de cães e gatos que precisam de novas casas e famílias. Também o problema a nível regional é apontado. Assim, associações e pessoas usam os seus murais para partilharem imagens e apelarem às adopções ou, pelo menos, a que surjam Famílias de Acolhimento Temporário (FAT) ou Famílias de Acolhimento Definitivo). Apontamos o exemplo da página madeirense “O nosso refúgio”, (http://facebook.com/associacao.onossorefugio), atenta aos animais abandonados por toda a ilha.
Não se pode culpar as férias pelo abandono

Com 350 animais a viverem na SPAD (300 cães e 50 gatos), a Sociedade Protectora dos Animais Domésticos lamenta que haja tantos casos de abandono. Mas, como sublinhou Nuno Margarido, não se pode culpar as férias por estas situações. A seu ver, «quem abandona, fá-lo o ano inteiro, mas quem não abandona também não o faz nas férias. Há sempre o cuidado em tentar arranjar quem fique. Infelizmente, há ainda muita gente a abandonar os seus animais durante todo o ano. Em tempo de férias, a consciência das pessoas deve ser no sentido de arranjarem quem vá alimentar o seus animais ou deixá-los na SPAD».
SPAD promove campanha para voluntários passearem cães

A Sociedade Protectora de Animais Domésticos deu início a uma campanha para voluntários que queiram passear os cães que se encontram na SPAD. Intitulada “Circula-cão”, a iniciativa convida os interessados a passear «um amigo de quatro patas».

«Os animais estão em canis, estão em jaulas e também precisam para o seu bem-estar de andar, de fazer exercício», salientou Nuno Margarido, um dos responsáveis pela SPAD, que considerou ainda que esta campanha pode colmatar a falta de voluntários da SPAD. A sua esperança é que, para além da ajuda aos animais, esta acção sensibilize mais para a problemática dos cães abandonados e que também possa potenciar a adopção.
A campanha iniciou-se há uma semana, contando com mais de dez adesões.

A “circula-cão” decorre de segunda a sábado. Durante a semana, é durante todo o dia e, aos sábados é de manhã. Os voluntários podem passear os animais por meia hora ou mais tempo, numa área junto à sede da SPAD, no antigo matadouro regional, cedido pela Câmara Municipal do Funchal.

O responsável acredita que aparecerão pessoas de todas as idades para participar na “Circula-cão”, explicando que a acção foi lançada no verão para que o período de férias da generalidade da população possa, também, ser aproveitado para este fim. “Desde jovens a pessoas de mais idade ou moradores que não têm cães porque estão num apartamento, esperamos pessoas de todas as gerações”, declarou Nuno Margarido, garantindo que “o animal a entregar ao voluntário está de acordo com a fisionomia da pessoa». As crianças poderão também passear um cão, desde que acompanhadas por um adulto. «Eu considero que o projecto tem uma tripla acção: é bom para o animal, bom para o voluntário porque ocupa o seu tempo, bom para a SPAD porque não tem pessoal suficiente»".
Fonte: http://www.jornaldamadeira.pt/not2008.php?Seccao=14&id=193744&sdata=2011-08-29

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Medicamento veterinário genérico - bom para o Brasil

Extraído de: Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul - 22 horas atrás
Medicamento veterinário genérico - bom para o Brasil
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O Brasil poderá passar a contar com medicamentos genéricos de uso veterinário, a exemplo da já bem sucedida experiência dos remédios genéricos de uso humano.
Medicamento genérico é aquele que contém os mesmos princípios ativos, concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica que medicamento registrado no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Para obter o registro do produto genérico de uso veterinário, as empresas deverão comprovar, junto ao Mapa, que o mesmo apresenta bioequivalência em relação ao produto já existente, equivalência terapêutica nas espécies animais a que se destina e taxa de excreção e determinação de resíduos equivalentes às do produto de referência.
Certamente os preços apresentarão reduções importantes, em alguns caso até 45% a menos do preços praticados, permitindo reduzir custos de produção sem perder a qualidade da produção de origem animal.
Também irá melhorar a relação de competitividade, especialmente com os Países do Mercosul, onde os preços dos medicamentos veterinários são muito inferior aos praticados no Brasil.
Também as pessoas que tem em seus domicílios os chamados "animais de companhia" (cães, gatos, pássaros) poderão melhorar a qualidade de vida deste, possibilitando um manejo sanitários melhor, oportunizando até as pessoas de baixa renda da convivência sadia com estes animais.
Tão importante é o tema, que o mesmo foi citado pelo novo ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, por ocasião de sua posse no último dia 23 de agosto.
No dia 29 de agosto, a Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo, atendendo a requerimento de minha autoria, realiza Audiência Pública durante a Expointer, em Esteio, para discutir a questão. O encontro acontece às 14h, na Casa da Assembleia do Parque de Exposições Assis Brasil.
Fica o convite para todos participarem.
* Deputado Estadual (PMDB)
http://al-rs.jusbrasil.com.br/noticias/2814854/medicamento-veterinario-generico-bom-para-o-brasil

quarta-feira, 17 de agosto de 2011


Cachorro expulso de condomínio suscita debate


Foi preciso que um caso em Araraquara reanimasse a controvérsia sobre animais em condomínios. Enviada notificação a morador sobre barulho do seu cachorro, que latia o dia inteiro, o inquilino não tomou providências.
Tentou-se de tudo para dar solução amigável ao caso, mas, sem alcançar um consenso, o jeito foi levar o litígio à justiça. Que, para surpresa de alguns, determinou que o animal deixasse o condomínio, sob multa de R$ 700 por dia caso permanecesse. Após a sentença, o dono saiu do apartamento, levando consigo o cachorro.
Quer dizer, então, que a Justiça tem o direito de expulsar um animal do condomínio? Tem, sim. Ainda que haja diversos casos em que as reclamações sobre barulhos de animais decorram muito mais da implicância de moradores com cachorros e gatos, as proporções tomadas pela situação às vezes são graves.
Se um morador não dorme de noite por conta do barulho emitido em apartamentos próximos por conta de um animal, será que não estaria na hora de pensar no direito ao sossego? Não seria importante refletir se as regras combinadas internamente estão adequadas? Afinal, o que podem os moradores fazer em uma circunstância como essa?
Uma sequência adequada para resolver o problema indicaria uma conversa direta entre o morador e o proprietário do animal, em primeiro lugar. Caso não resolvam, as partes podem apelar para a intervenção do síndico.
Devem também expor o problema em assembléia. Ao proprietário do animal, devem ser enviadas notificações. Se nada disso funcionar, em último caso, a questão deve ser encaminhada aos tribunais de Justiça.
A Constituição brasileira dá subsídios jurídicos tanto para os defensores dos direitos dos animais quanto para os defensores do direito dos moradores. Nesse sentido, a jurisprudência nacional tende a não obstaculizar de forma absoluta o direito de proprietários de terem animais em condomínios.
Porém, em casos de grave perturbação ao descanso dos demais moradores, alguns juízes convém em emitir sentenças que limitem o barulho dos bichos. E limitar o barulho dos bichos, muitas vezes, só quer dizer uma coisa – tirar o cachorro do prédio.
Evidentemente, é preciso que muita conversa tenha se desenrolado até que a atitude de entrar na justiça seja a solução mais viável. Isso porque, embora em alguns casos o trâmite do processo tenha sido rápido, durando poucos meses, não é comum que a sentença seja contra o proprietário do animal.
É preciso que muita coisa esteja fora do lugar para que o juiz decida a favor do morador incomodado. Por exemplo, que a intervenção do síndico na questão tenha sido infrutífera. Ou que, após receber notificação, o proprietário do animal não tenha tomado nenhuma precaução para resolver o problema. Ou seja, antes de apelar aos meios judiciais, conversas com o proprietário do cachorro são fundamentais.
Ninguém, em sã consciência, compra um apartamento disposto a enfrentar problemas com vizinhos. A questão dos animais em condomínios, porém, não é de fácil solução. O problema existe há tempos e é um daqueles espaços em que a justiça não consegue chegar a uma solução que agrade há todos. Convém, porém, evitar que ocorram abusos.
Nesse sentido, é válido lembrar que o animal pode ser sim expulso do condomínio, como mostrou o caso em Araraquara. O que não quer dizer que o animal seja o culpado pela situação. Na maior parte dos casos, é sim, uma vítima. Um cachorro que late o tempo integral, por exemplo, pode não estar sendo bem cuidado ou estar sob forte estresse.

Lincoln César do Amaral Filho
Diretor da Superlógica e do portal LicitaMais e especialista em condomínios
http://www.odiario.com/opiniao/noticia/468598/cachorro-expulso-de-condominio-suscita-debate/ ODIARIO.COM

terça-feira, 16 de agosto de 2011

UFSC terá cursos de Meteorologia e Medicina Veterinária no próximo vestibularEdital para o concurso de 2012 será lançado nesta segunda-feira

O edital para o vestibular 2012 da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) será lançado nesta segunda-feira. Entre as novidades está a criação de dois novo cursos: Medicina Veterinária, no campus de Curitibanos, e Meteorologia, em Florianópolis. No total, serão oferecidas 5.901 vagas em 84 cursos e habilitações. As inscrições para o vestibular iniciam no dia 20 de setembro e seguem até 19 de outubro, no site www.vestibular2012.ufsc.br.

Aprovada em junho deste ano, a criação do curso de Medicina Veterinária foi idealizada com base no perfil agropecuário e agrário do mercado de trabalho do Planalto Serrano e Meio Oeste do Estado. No início, o curso deve oferecer 40 vagas. Já o curso de Meteorologia foi elaborado ainda em 2010, e também estreia no vestibular de 2012.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Vírus de doença semelhante à dengue é identificado

08/08/2011 -- 08h59

No Pantanal, cavalos tinham anticorpos para o vírus da febre do Nilo Ocidental, apontam pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz e da USP

Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC-Fiocruz) identificaram, pela primeira vez no País, o vírus da febre do Nilo Ocidental. A descoberta ocorreu no Pantanal: cinco cavalos possuíam anticorpos contra o vírus, prova de que já sofreram infecções.

Em 1999, a febre do Nilo Ocidental chegou à América, causando dezenas de mortes nos Estados Unidos. Houve vários casos nas imediações do Central Park, em Nova York. Desde então, vem descendo o continente. Na Colômbia, na Venezuela e na Argentina também foram diagnosticados casos em cavalos e aves.

Diversas espécies de mosquitos são capazes de transmitir o vírus. Pássaros e répteis - como crocodilos e aligatores - desenvolvem a doença e infectam os insetos. Mamíferos - como humanos e equinos - são hospedeiros finais: podem adoecer, mas não são capazes de infectar o mosquito e reiniciar o ciclo (mais informações nesta página).

Os pesquisadores do IOC investigaram amostras de sangue de 168 cavalos e 30 jacarés da região de Nhecolândia, em Mato Grosso do Sul. Também capturaram 1.204 mosquitos de 10 espécies diferentes. Análises bioquímicas procuraram identificar anticorpos contra o vírus nos répteis e equinos. Só cinco cavalos tiveram resultado positivo. Nenhum jacaré havia sido infectado. Os mosquitos investigados também não carregavam o vírus.

O veterinário Alex Pauvolid-Corrêa, principal autor do estudo, explica que não é possível saber ainda quais espécies de insetos poderiam servir como vetores eficazes da doença no País. Os cientistas já iniciaram um estudo mais abrangente, capturando uma amostra maior de mosquitos. "As análises dessas novas amostras estão em andamento", afirma Corrêa, que realiza seu doutorado no IOC e nos Centros para o Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês), nos Estados Unidos.

O artigo com a descoberta foi publicado na revista científica Memórias do Instituto Oswaldo Cruz. O virologista Hermann Schatzmayr, que morreu no ano passado, participou do estudo. Ele teve papel fundamental na erradicação da varíola no País.

Em paralelo

O Laboratório de Virologia Clínica e Molecular do Instituto de Ciências Biomédicas da USP também procura indícios de atividade do vírus da febre do Nilo Ocidental no País.

A pesquisadora Tatiana Lopes Ometto iniciou um doutorado em 2008 cujo tema é o monitoramento do vírus em equinos e aves. E já obteve resultados semelhantes aos do grupo do IOC. "Analisamos 1.156 amostras de sangue - 678 de equinos e 478 de aves - obtidas em Nova Brasilândia (a 190 quilômetros de Cuiabá, em Mato Grosso)", recorda Tatiana. "Confirmamos a presença de anticorpos contra o vírus em quatro equinos."

Os animais eram nativos da região - uma zona de transição do Cerrado para o Pantanal. Portanto, não poderiam ser casos importados. O trabalho deve ser publicado até o fim do ano em uma revista científica internacional.

Gravidade

Muitas vezes, em humanos, a infecção é assintomática. Em outros casos, os sintomas são parecidos com os da dengue: febre, dores no corpo e náusea. Algumas pessoas, no entanto, evoluem para formas mais sérias da doença, com comprometimento do sistema nervoso central. Em 1996, uma epidemia na Romênia apresentou um número excepcionalmente grande de quadros graves. Dos 393 pacientes diagnosticados, 352 desenvolveram inflamação do cérebro. Cerca de 10% morreram.

Para lembrar

O vírus da febre do Nilo Ocidental só foi isolado em 1937, em Uganda. Uma pesquisa da Universidade do Estado do Colorado (EUA), no entanto, levanta a hipótese de que Alexandre Magno, rei da Macedônia, teria morrido de uma forma grave da doença, na Babilônia, em 323 a.C. Tinha 32 anos e agonizou duas semanas com febre. O historiador Plutarco relata que a morte do célebre conquistador foi precedida e acompanhada pela morte de corvos. Algo semelhante ao observado nos EUA durante a entrada do vírus no país.

http://www.bonde.com.br/?id_bonde=1-27--49-20110808&tit=virus+de+doenca+semelhante+a+dengue+e+identificado

Dono esquece cão amarrado ao carro

Botucatu - Um homem esqueceu um cão amarrado ao engate do carro e o arrastou por aproximadamente 400 metros, em Botucatu (100 quilômetros de Bauru), na manhã de anteontem, e só parou após ser abordado por guardas municipais.

O motorista disse ser dono do animal e que o amarrou ao reboque para que não fugisse e, na pressa, esqueceu de soltá-lo. O cachorro foi levado para o Hospital Veterinário da Unesp, com ferimentos nas quatro patas. O motorista foi levado para a Delegacia de Botucatu, onde foi registrado boletim de ocorrência.

Fonte:
http://www.jcnet.com.br/detalhe_regional.php?codigo=213093 (08/08/2011)

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Primeiro gato clonado faz 10 anos em mercado que produz poucas réplicas


De Bill Murphy (AFP) – Há 3 horas
COLLEGE STATION, EUA — Há quase dez anos da clonagem do primeiro gato, as previsões da abertura de um grande mercado comercial para a "ressurreição" de animais de estimação usando esta tecnologia demonstraram ser um fiasco.
A empresa líder em clonagem de mascotes nos Estados Unidos parou de operar em 2009 e o negócio da clonagem de gado continua sendo relativamente pequeno, com apenas algumas centenas de porcos e vacas clonados por ano em todo o mundo.
Mas os donos de CC, a primeira gata clonada, ainda a consideram um grande êxito. Mais velha e gordinha, e mais lenta por causa da idade, a gata branca e cinza é como qualquer outro animal de sua espécie.
"As pessoas esperam que haja algo diferente nela", disse Duane Kraemer, pesquisador da Universidade do Texas A&M e integrante da equipe que clonou CC.
"Nós a levamos a uma exposição de gatos uma vez. Um homem que veio vê-la disse que se parecia com qualquer outro gado de armazém", afirmou.
CC, cujo nome são as iniciais de Cópia Carbônica, nasceu em um laboratório da A&M em 22 de dezembro de 2001, a partir de uma célula tirada de um gato tricolor chamado Rainbow, e inserida em outro embrião de gato. O embrião foi, então, implantado em uma mãe de aluguel, chamada Allie.
CC tem exatamente a mesma constituição genética de Rainbow, mas não tem sua coloração laranja, pois geralmente apenas duas cores - e não três - são passadas na clonagem de gatos tricolores.
"A clonagem é reprodução, não ressurreição", disse à AFP Kraemer, agora parcialmente aposentado, em uma entrevista concedida em sua casa em College Station, Texas (sul).
Isso, somado a um preço que poderia chegar a seis dígitos, é uma das principais razões pelas quais clonar animais de estimação não tenha sido um grande sucesso comercial.
- "O mercado é, na realidade, extremamente pequeno" -
Por que a BioArts deixou o negócio da clonagem de animais de estimação há dois anos? Seu diretor, Lou Hawthorne, escreveu na página da internet da empresa que muito poucos clientes solicitaram seus serviços.
"Depois de estudar este mercado durante mais de uma década - e de oferecer serviços de clonagem tanto de cães quanto de gatos - acreditamos que o mercado é, na realidade, extremamente pequeno", disse Hawthorne no agora extinto site na internet da BioArts.
Embora muitos dos clones de seu cão tivessem saído normais, os pesquisadores não puderam explicar porque alguns nasceram com deficiências.
"Um clone nasceu de cor amarelo-esverdeada, quando deveria ser branco", escreveu.
"Outros tiveram más-formações do esqueleto, em geral não paralisantes, embora às vezes graves e sempre preocupantes", acrescentou.
"Estes problemas são ainda mais preocupantes se levarmos em conta que a clonagem é supostamente uma tecnologia, em geral, madura", emendou.
O primeiro clone de animal bem sucedido - a ovelha Dolly - nasceu em 1996 no Instituto Roslin da Escócia, mas foi sacrificada em 2003, depois de desenvolver uma doença pulmonar.
Cientistas da Universidade Nacional de Seul clonaram, em 2005, o primeiro cão do mundo, Snuppy (cujo nome é a combinação das siglas da universidade e de 'puppy', filhote de cão em inglês).
A história de CC cruza com a da Genetic Savings and Clone, uma empresa também chefiada por Hawthorne, precursora da BioArts.
John Sperling, fundador da Universidade de Phoenix, um centro de estudos com fins lucrativos do Arizona (sudoeste), investiu quatro milhões de dólares para pesquisar a clonagem animal na Universidade do Texas A&M, na década de 1990.
Hawthorne se associou à Universidade Texas A&M e criou a empresa Genetic Savings and Clone, um negócio que cobrava dezenas de milhares de dólares para clonar animais de estimação.
"Quando CC nasceu e não se parecia com o doador, (o vínculo entre) a parte comercial (do projeto) e a A&M começou a se romper", disse John Woestendiek, autor de "Dog, Inc.: The Uncanny Inside Story of Trying to Clone Man's Best Friend" (Cão, S.A: a estranha história de bastidores sobre a tentativa de se clonar o melhor amigo do homem, em tradução literal).
Segundo Hawthorne, CC socavou sua intenção de vender a clonagem como forma de ressuscitar um bichinho querido. Os cientistas da Universidade Texas A&M não se sentiam confortáveis de que a empresa dissesse que poderia oferecer réplicas de animais de estimação.
Ao fim, Sperling e Hawthorne se separaram da Universidade Texas A&M. A Genetic Savings and Clone se mudou para o Wisconsin (norte), onde tentou, sem sucesso, clonar cães. Acabou fechando e Hawthorne fundou a BioArts.
- A clonagem de gado é mais rentável -
A clonagem de gado tem sido mais bem sucedida, devido ao valor comercial dos animais de boa qualidade: os criadores mostram-se dispostos a pagar dezenas de milhares de dólares pelo clone de uma vaca ou de um cavalo premiado. Certo tipo de gado também é mais fácil e mais barato de clonar do que os cães, explicou Woestendiek à AFP. Com sede em Austin, Texas, a empresa de clonagem ViaGen é uma das duas principais empresas de clonagem de gado dos Estados Unidos.
"Produzimos cavalos clonados a partir de doadores estéreis que agora se reproduzem com eficácia e oferecem oportunidades de genética que não eram possíveis com os doadores", disse Lauren Aston, porta-voz da ViaGen, à AFP.
"Produzimos vacas leiteiras que ganharam concursos internacionais", acrescentou.
Segundo cálculos da ViaGen, 3.000 cabeças de gado foram clonadas desde Dolly. Atualmente, segundo Aston, são clonados no mundo entre 200 e 300 vacas e de 200 a 300 porcos ao ano.
A empresa cobra 165.000 dólares para clonar um cavalo, 20.000 por uma vaca e 2.500 dólares por um leitão.
Os clones de gado da ViaGen não nasceram com más-formações e seus investidores não entendem porque a BioArts obteve resultados negativos quando clonou cães.
CC vive uma boa vida com seus donos, Duane Kraemer e sua esposa, Shirley. Kraemer construiu para ele uma casinha para gatos de dois andares, com ar condicionado e um alpendre fechado. Além disso, adaptou vários locais confortáveis nos fundos de sua casa, em College Station.
CC mora ali com seu namorado, Smokey, e suas três crias. Embora esta gata não tenha tido mãe biológica, ela se saiu uma boa mãe, sempre vigiando de perto seus filhotes.
"Eles miavam e ela já estava ali", contou Shirley Kraemer.

Estudo comprova benefícios de se ter animais de estimação


Donos estão mais apoiados emocional e socialmente
2011-07-14

Os animais de estimação são, por vezes, os melhores amigos dos seus donos. Uma investigação da Associação Psicológica dos Estados Unidos, publicado no "Journal of Personality and Social Psychology", vem agora também revelar que estes proporcionam apoio social e emocional a quem os possui.
Este trabalho indicou que os donos de cães, gatos e outros animais de estimação mantêm uma relação tão estreita com as pessoas próximas como a que têm com seus animais, o que aponta que este tipo de interação não é desenvolvida em função das relações humanas.
Psicólogos da Universidade de Miami e da Universidade de St. Louis, nos EUA, foram responsáveis por este trabalho, em que se realizou três estudos para analisar os possíveis benefícios de se conviver com uma “mascote”.
Segundo Allen McConnel, investigador da Universidade de Miami e primeiro autor do artigo, em termos gerais, pessoas com animais de estimação "têm mais qualidade de vida e conseguem resolver melhor diferenças individuais do que as que não os têm”.
O psicólogo acrescentou ainda que, "especificamente, os donos de animais têm mais auto-estima e estão em melhores condições físicas. Além disso, tendem a ser menos solitários, são mais conscientes do que ocorre à sua volta, são mais extrovertidos e, normalmente, são menos receosos e preocupados”.
Allen McConnel concluiu dizendo que os estudos realizados trouxeram “provas consideráveis” de que “os animais de estimação beneficiam a vida dos seus donos tanto no âmbito psicológico como no físico, já que representam uma importante fonte de apoio social".

Referência
http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=50064&op=all

domingo, 7 de agosto de 2011

Dr. Abel de Oliveira, Presidente da Comissão de Meio Ambiente da OAB/MS escreve artigo sobre a Leishmaniose


Um dia após o Simpósio, Dr. Abel de Oliveira, Presidente da Comissão de Meio Ambiente da OAB/MS e convidado do evento, escreve artigo sobre a Leishmaniose

LEISHMANIOSE: UM PERIGO A VISTA

O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Mato Grosso do Sul realizou no final de semana, dias 27 e 28 de novembro(sábado e domingo), um simpósio tratando do tema Leishmaniose.
Tive a oportunidade de estar presente na abertura e na mesa redonda do domingo à tarde. Muito bom o evento. Tratou de uma questão que preocupa. Um evento de muita grandeza, pois visa à saúde humana e dos animais. Muito boa a iniciativa dos profissionais da medicina veterinária.
A doença, conhecida como Leishmaniose, é provocada pelos protozoários do gênero Leishmania, transmitida ao homem pela picada de mosquitos flebotomíneos, também chamados de vários outros nomes.
É uma doença que afeta o cão, mas que acompanha o homem desde tempos remotos e que tem apresentado, nos últimos 20 anos, um aumento do número de casos e ampliação de sua ocorrência geográfica, sendo encontrada atualmente em todos os Estados brasileiros, principalmente, em Mato Grosso do Sul, onde muitos e muitos caso vem sendo registrados, e até com morte de humanos.
No entanto, já se propaga a ideia de sacrificar os cães infectados, num verdadeiro processo de eutanásia. Inclusive, com tentativas de projetos de lei nesse sentido. Porém, o animal tem que ser tratado e não sacrificado.
A legislação brasileira considera o animal como bem. No caso do cão com dono, um bem semovente e privado. No caso de animais errantes (sem dono), um bem de responsabilidade do Poder Público.
A Leishmaniose Visceral é transmitida através de pequenos insetos que se alimentam de sangue, e, que , dependendo da localidade, recebem nomes diferentes, tais como: mosquito palha, tatuquira, asa branca, cangalhinha, asa dura, palhinha ou birigui. Por serem muito pequenos, estes mosquitos são capazes de atravessar mosquiteiros e telas. São mais comumente encontrados em locais úmidos, escuros e com muitas plantas.
Portanto, é necessário muito cuidado com esse mosquito, e muita vigilância para evitar o seu aumento e proliferação, como o uso de repelentes. Mas, acima de tudo, muito cuidado se deve ter com relação aos cães de estimação.
Para a prevenção da doença já existem vacinas. As vacinas Leish-Tec e Leishmune que devem ser aplicadas em cães acima de quatro meses de idade. Contudo, a vacinação deve ser precedida de minucioso exame clínico realizado por médico veterinário.
Entretanto, a vacina subcutânea deve ser aplicada somente em cães assintomáticos com resultados sorológicos negativos para Leishmaniose Visceral Canina.
Mas, é bom lembrar que a vacina não é o único instrumento de prevenção e controle dessa enfermidade, pois existem outras medidas a serem adotadas, em conformidade com orientação do Ministério de Saúde.
Então, a ideia, anseio ou pretensão de se matar os animais (cães) contaminados pela doença ou com suspeita dela, não é compatível com a realidade. Não existem estudos que provam que a matança desses animais resolve o problema. Há muito se vem sacrificando esses “bichos”, mas, os índices dos casos da doença vêm aumentando.

Bom que se frise, o Brasil é o único país do mundo a matar sistematicamente cães com Leishmaniose. No resto do mundo trata-se a doença. Vamos imitar nossos alienígenas!

[1] O autor é Especialista em Direito Ambiental; Mestre em Gestão e Auditoria Ambiental; Procurador de Justiça Aposentado; Consultor Jurídico Ambiental e Presidente da Comissão do Meio Ambiente da OAB/MS